quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Continuando: o que irrita mais um suíço? É de rolar de rir...

1 - Segundo uma amiga que mora em Bern mas precisa ir a Baden diariamente: Falar um A no vagao do silencio!!!! "Uma vez entrei falando no vagão, não tinha a menor idéia de que isso existia, e levei um sermão que perdi até o rebolado!!!".

2 - Demorar para empacotar no supermercado ou pedir um saquinho de plástico (dos gratuitos)...

3- Interrompê-los sem planejamento durante qualquer atividade... pode ser que sua mãe esteja morrendo ali mesmo e o suíço esteja falando ao telefone sobre o problema da pata da tartaruga. Não importa, não interrompa para não levar um coice. Uma amiga brasileira me relatou que não pode se aproximar de uma colega de trabalho suíça enquanto ela está digitando, ela começaa a bufar e a dizer HOLD ON, A MOMENT, WAIT... Parece que para os locais, é extremamente impossivel fazer duas coisas ao mesmo tempo.

4 - Entrar numa loja dez minutos antes de fechar e continuar lá dentro até o momento de fechar as portas... Definitivamente nao é permitido.

5 - Ficar andando de salto em casa quando se mora em apartamento... OK, mas isso incomoda até no Brasil, né?

6 - Crianças dando gargalhada no trem... "Eu fiquei aterrorizada, quando um senhor pediu para as criancas ficarem quietas no trem porque elas estavam rindo (minha mãe, que estava comigo, viu a cena e ficou em choque)"

7 - "Quando eu vou jogar as latinhas de conserva e coloco junto com as de cerveja.... o cara que toma conta do centro de reciclagem da cidade onde moro me mandou pegar todas as latinhas de tomate e etc e jogar no outro conteiner, rodar a manivela e pronto... O senhor ficou bravo e tudo, falando algo em suíço alemão que obviamente não compreendi...."

8 - "Não colocar a barrinha de separar compras no supermercado. A mulher do caixa fica brava! Ja levei varias broncas."

9 - Ficar na frente de alguém impedindo a passagem no corredor do supermercado, mesmo que sem querer.

10 - Outra experiência bizarra vivida ontem: o garçom ficou bravo porque uma das amigas que estavam comigo sentou-se à mesa, gastou uma cadeira do restaurante, mas não comeu. O garçom ficou realmente irado com ela e disse: se você não vai comer, não deveria sentar.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma crônica pelo meu aniversário

Desejos de um bom dia



Tenho vários desejos: o primeiro, quando acordo, é de logo, o mais rápido possível, tomar café da manhã. Não precisa ser muito, pode ser um iogurte gostoso, um biscoitinho e uma xícara de café fumengante. O que vem depois não está na lista de desejos porque já é realidade: ganhar aquele sorriso de bom dia dos meus dois filhos. Que delícia e que privilégio das mães e dos pais! Tudo bem, desejo que esses momentos se eternizem.

E depois que o dia siga, agradavelmente, seu ritmo. Os compromissos se encaixando perfeitamente na corrida do tempo, almoço com amiga, papo em dia, conversa legal, sem baixo astral. Arroz com feijão, com gostinho de comida de mãe, feita na hora, mas pode ser também um risoto. Sol brilhando, temperatura amena, Praia de Ipanema, água de côco, mas poderia ser também um elogio sincero do chefe, um croissant de chocolate em Paris, ou até mesmo um churrasco com os primos lá no subúrbio.

Já sei, tenho desejo de comer um bolo de chocolate com calda de brigadeiro depois de uma dieta radical de tres semanas sem comer açúcar. Claro que a dieta foi bem sucedida e estou magérrima, com a pele linda! Bolo arrematado novamente com um delicioso cafezinho, ao som de bossa nova, na Suíça. E penso: “eles também conhecem a nossa música”, que orgulho verde e amarelo.

Folhos de outono, cogumelos frescos, picolé de côco, farofa de ovo com picanha, rever uma grande amiga, pousar no Galeão vindo da Suíça, levar minha filha ao teatro, calçar minhas Havaianas, tomar água com gás, fazer festa de aniversário para minha filha e vê-la muito feliz brincando com os amigos, saber de um babado fortíssimo, dar gargalhada, assistir a um bom filme, olhar objetos de decoração nas lojas, passear nos shoppings do Rio, andar sem compromisso na Visconde de Pirajá ou na Toscana. Me dei conta de que existem tantas coisas boas na vida, tantos desejos... Que delícia!



No dia do meu aniversário, ganhei esse lindo poema de Carlos Drummond de Andrade

Desejo a você... - Carlos Drummond de Andrade

by fredsoncc (07/05/2007 - 12:54)
"Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Ouvir uma palavra amável
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial,e que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu"

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Carioca na Suíça: O que mais irrita um suíço?

Carioca na Suíça: O que mais irrita um suíço?: "Gente, por sugestão de uma amiga de Sampa que mora aqui na Suíça, fiz uma enquete com algumas outras amigas. A pergunta: O que vocês acham q..."

O que mais irrita um suíço?

Gente, por sugestão de uma amiga de Sampa que mora aqui na Suíça, fiz uma enquete com algumas outras amigas. A pergunta: O que vocês acham que irrita um suíço?

As respostas foram as mais variadas, mas tudo muito engraçado. Teve de tudo, desde a ser interrompido numa conversa a pedir para trocar a batata frita por batata assada no restaurante. A enquete foi estimulada pela fraqueza desse povo no quesito flexibilidade e paciência com os estrangeiros.

1 - Atravessar a rua sem a permissão do guardinha de trânsito (eles espumam de raiva e gritam com você em suíço alemã)

2 - Entrar em uma loja dez minutos antes fechar. As vendedoras ficam inconformadas com tamanha ousadia. Essa foi muito votada!!!!

3 - Entrar em um restaurante entre as 21:30 e 22:00 e querer jantar!!
Um das amigas conta que certa vez, estava em um bar de um restaurante e às 21:30 pediu uma mesa para jantar... A responta (seguida de uma sequencia de bufadas): Agora????

4 -  Ficar conversando animadamente com as suas amigas em um restaurante!!! Risadas então são o fim da picada para eles!!!! De acordo com uma dessas entrevistadas, ela estava conversando super animadamente e a mesa do lado começou.. shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! "Nossa, por um momento achei que era uma biblioteca!!! hahahaha".

Tem mais, gente. Ainda estou compilando as respostas.

O som do Rio de Janeiro já não é mais o samba nem o vai e vem das ondas...

Rio 40 graus
Cidade maravilha
Purgatório da beleza
E do caos...(2x)
 
Capital do sangue quente
Do Brasil
Capital do sangue quente
Do melhor e do pior
Do Brasil...(2x)
 
Cidade sangue quente
Maravilha mutante...



                                              Paisagem na Linha Vermelha - uma das principais
                                              vias de ligação da Zona Sul e Norte da cidade


Voltei do Rio no dia 15 agosto após passar 40 dias dos meus 120 de licença maternidade. Nem preciso mencionar que tive ótimas férias, mas confesso que vivenciei algumas experiências dignas de serem comentadas. Fui acordada por duas madrugadas com barulho de metralhadora. Não que eu seja conhecedora de armas, mas como era taratarartararartararatrarattar contínuo, que não acabava nunca, imagino que seja uma semi automática. Bem, o fato é que eu tive pesadelos e achei que havia alguém descendo as escadas da casa da minha mãe.

Pior, achei que meu marido não fosse escutar o simpático ruído, já que no momento em que eu acordei, ele estava dormindo. Mas eis que no outro dia ele comenta o assunto. Conclusão: o tiroteio demorou a acabar, já que nós dois fomos acordados em horários diferentes.

Não gosto que ele saiba desses episódios de violência porque morro só de pensar na possibilidade de ele reclamar que eu vou ao Brasil com as crianças. Acho até que ele está no seu direito, afinal, ele é pai e alemão – o que significa não estar acostumado a tiroteios. O fato é que eu, escolada em Rio de Janeiro, não tenho medo quando estou sozinha. Mas quando coloco as crianças no carro, fico meio ansiosa, acho que na espreita, atenta a qualquer movimento suspeito ou som. Como minha mãe mora no subúrbio, eu tenho que atravessar a cidade frequentemente pela Linha Vermelha ou Avenida Brasil.

A minha estratégia de salvação era colocar minha mãe no banco de trás do carro com as crianças, entre as duas cadeirinhas. A pobre coitada viajava espremida, ciente de que a qualquer barulho de tiroteio, desatasse as crianças das cadeiras e colocasse no chão do carro. E, depois disso, claro, se a gente ainda sobrevivesse, ela se jogasse por cima. Ainda bem que minha mãe não é gorda, porque se não, as crianças morreriam de qualquer maneira: de bala perdida ou de esmagamento.

Graças ao bom Deus nada aconteceu. Mas não é que estava eu e meu marido no carro, às 23:30 a caminho do Galeão e, ao entrar na Linha Vermelha, na altura do Caju, quatro simpáticos traficantes nos dão o ar da graça. Tentando atravessar a Linha Vermelha, entre uma mureta e outra, eles se arriscam na frente dos carros para entrar na Favela do Caju. Eu sabia que eram traficantes simplesmente porque portavam uma metralhadora gigante. Só vejo armas assim tão grandes quando os policiais estão nos carros com aquelas metralhadoras que alcançam as janelas e têm os canos compridos para fora. Mais uma v ez nada aconteceu. Foi só um susto. Mas é muita emoção para apenas 40 dias. Eu não vivencio isso aqui na Suíça nem em dez anos.

Cariocas - Essa música da Adriana Calcanhoto é a minha cara!

Detalhe, eu que amo tanto o RJ, não nasci na cidade. Minha mãe me pregou essa peça.

Composição: Adriana Calcanhoto


CARIOCAS SÃO BONITOS
CARIOCAS SÃO BACANAS
CARIOCAS SÃO SACANAS
CARIOCAS SÃO DOURADOS
CARIOCAS SÃO MODERNOS
CARIOCAS SÃO ESPERTOS
CARIOCAS SÃO DIRETOS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE DIAS NUBLADOS

CARIOCAS NASCEM BAMBAS
CARIOCAS NASCEM CRAQUES
CARIOCAS TÊM SOTAQUE
CARIOCAS SÃO ALEGRES
CARIOCAS SÃO ATENTOS
CARIOCAS SÃO TÃO SEXYS
CARIOCAS SÃO TÃO CLAROS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE SINAL FECHADO



 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Para não dizerem que só critico...

Bem, para não ser acusada de que só falo mal da Suíça, vou enumerar alguns pontos muito positivos do país:
Item número um: a segurança – não é incrível um país onde as crianças vão sozinhas à escola? Pois é, isso acontece aqui. Meninos e meninas, a partir dos cinco anos, são estimulados pelos professores a irem sozinhos ao jardim de infância. Eles atravessam na faixa de pedestre (os carros páram) e seguem seu caminho com sua faixa florescente no peito, que ajuda a dar mais visibilidade aos pequenos.

As casas não têm muro! Basta uma cerquinha viva, pronto, seu lar já está seguro. Acho até que a cerca viva é mais decorativa. As janelas e portas não têm grades.

Não se anda olhando para os lados, com neurose de ter alguém seguindo você o tempo todo. Ah, para quem é do Rio de Janeiro como eu, não se ouve barulhos de metralhadora ou tiros isolados. Nem se vê bala traçante nos céus, somente estrelas. Aliás, dá para ver muitas delas, já que o ar é bem menos poluído. Depois de um ano e meio sem ir ao Brasil, tinha me esquecido de como se deve andar nas ruas do Rio: com um olho no Padre e outro na missa, ou seja, muito atento a qualquer movimento suspeito.

E não é que os nativos reclamam que o país já não é mais o mesmo!

Vou elogiar também a limpeza, a ordem, o respeito à democracia, os altos salários pagos aos trabalhadores.
É muita coisa boa!

                                                        Muitas casas não têm muros

domingo, 26 de setembro de 2010

Eta povo honesto! Parabéns!

Vamos elogiar também, ne! Não dá para ficar só na crítica, temos que ver o lado bom. Uma amiga que mora perto de Baden disse que esqueceu 300 CH no caixa eletrônico. Quando chegou em casa, se lembrou que não tinha retirado o dinheiro. Voltou correndo ao banco e relatou o acontecido à funcionária. Acreditem: ela recuperou o dinheiro. A pessoa que achou a quantia devolveu intacta.

Eu, que sou uma cabeça oca e vivo esquecendo coisas na rua, acho todas. São sempre devolvidas. Já perdi óculos, bolsa, livro, documento, passaportem, de tudo um pouco. Recuperei todos. Queria ver se fosse no Brasil...

Lembra da música do Renato Russo?

Festa estranha com gente esquisita... Acho que essa frase demonstra muito o que é a Suíça. Eles são muuuuuuuuuuito diferentes.

Tirar ou não tirar os sapatos: eis a questão

Blog sugerido: http://www.elaeamericana.net/


Etiqueta: tirar ou não tirar os sapatos?


Outro dia estava lendo um blog de uma brasileira que mora também na Suíça (não a conheço, mas o blog é bem legal) e achei interessante quando ela disse que uma das coisas que ela não se acostumava era ter que tirar o sapato antes de entrar na casa de alguém. Não sei o que o Código de Etiqueta diz, juro que já enviei uma pergunta a Gloria Kalil – para os que estão menos atualizados, Glória é autora de vários livros e consultora de moda e etiqueta social.

Mas enquanto ela não responde, vou dar minha opinião : acho educado tirar os sapatos sim, afinal de contas, os nossos solados trazem várias impurezas da rua. Mas acho mal educado o anfitrião pedir a visita para tirá-los se ele não tem pantufas a oferecer. Também não acho que deva ser um pedido, mas uma sugestão, muito sutil, sempre dando a entender que o convidado pode querer ficar mais a vontade com um chinelo ou uma meia em vez de usar o sapato. Já passei por situações de chegar à casa de brasileiros e escutar, assim como quem está mandando, a frase : “os sapatos ficam aqui”, sem chance de réplica, de tão inicisiva era a pessoa, que tampouco teve e delicadeza de oferecer uma meia. E o fato de ser brasileiro ainda torna a situação mais ridículo, já que essa pessoa não faria isso se estivesse no Brasil.

Quem não mora por aqui pode não entender o porquê da meia: é simplemente porque aqui na Suíça faz um frio de congelar os mais quentinhos dos pés e nem todas as casas têm calefação no assoalho. E eu vou te contar uma coisa, programas assim se tornam uma tortura depois dos 30 minutos. Então, acho que a Gloria Kalil diria que chique é ter pantufas para oferecer aos convidados e chique é a visita sempre se dispor a tirar os sapatos se o momento for mais intimista. Agora, se for uma festa, onde várias pessoas circulam pela sala, não faz sentido tirar sapato. Em primeiro lugar, porque festa é festa, oras, o chão vai ficar sujo mesmo. Afinal de contas, quem está na chuva é para se molhar.

Outro motivo que impede tirar os sapatos em uma recepção - Me lembro da minha irmã assustadíssima, na primeira festa que ela foi comigo aqui na Suíça, ao olhjar uma pilha de sapatos na porta de entrada da casa do aniversariante. «Meu Deus, não há produção que resista ao tirar meu lindo sapatinho e andar de meia três quartos. O dono da casa que me perdoe, mas eu não vou tirar meu sapatinho lindo, novo e fashion para desfilar de pantufa ! ». O aniversariante que nos perdoe, mas não saímos do salto assim tão facilmente.

Carnaval na Suíça em outubro???

Gente, deu na coluna da jornalista Lu Lacerda que vai ter carnaval brasileiro em Zurique nos dias 9 e 10 de outubro. O chamada Carnaval da Cultura acontece na cidade pela primeira vez, anteriormente era feito em Berlin, na Alemanha. A festa reunirá vários países, cada um representando sua cultura, e o Brasil vai levar o carnaval carioca, com direito a camarote homenagenado Oscar Niemayer. A jornalista informa que bancos suíços estão patrocinando o evento. Alguém tá sabendo disso??? Juro que procurei no Google e não encontrei nada.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Depois de tanto frio, pousando no Galeão

Não sei se isso se aplica a todos que moram fora do Brasil, mas para mim, desde que vim morar na Suíça, uma das coisas mais maravilhosas do mundo é chegar no Rio de Janeiro. Sem querer ser piegas mas já sendo, é um momento digno até de trilha sonora: o Samba do Avião, é claro. Nunca me esqueço do dia em que cheguei pela primeira vez com minha filha (de sete meses, na época) e fui recebida pelas minhas primas no aeroporto. Na hora de aterrissar, dava para ver pela janela uma imensa bola dourada sorrindo para mim. Era o sol me dando as boas vindas, afinal, um filho pródigo sempre retorna. E a minha cidade, sempre me recebe de braços abertos.




Eu geralmente vou ao Rio em março. É uma boa época, já que não faz mais tanto calor, as passagens são mais baratas e eu ainda pego as liquidações dos shoppings do Rio. Cada vestidinho mais lindo que o outro ! Mas uma das razões principais é o fato de março ser o fim do interminável inverno suíço, época em que eu estou simplesmente enlouquecendo de vontade de ver o sol.

Gente, eu não estou exagerando. Inverno na Suíça não é para qualquer um. Dá para deprimir até a mais feliz das criaturas. Signifca começar em outubro e só acabar mesmo em maio. Embora seja outono, a temperatura já cai muito no fim de desse mês. Novembro  é, além de muito frio, escuro. Passamos pelos piores meses, quando neva, tudo é cinza, e então chega março, esperança de uma primavera que nunca chega. O único sinal de que existe vida é a volta do som de uns passarinhos.

Então vem abril, e você pensa : agora sim, vamos poder passear sem tantos casacos. E aí a neve volta !!!!!!! Os suíços até têm uma frase para explicar os fenômenos meteorológicos desse mês estranho : abril faz o que quer.  A verdade é que eu, Liliana, quero estar bem longe daqui nessa época do ano. Esse ano não foi possível, porque tive meu segundo filho no dia 8 de abril. Fui obrigada a passar o inverno inteiro por aqui.

E assim vai até o próximo outono. Verão, com licença da palavra, não existe. O que temos é frente quente. Duas semans de calor em maio, 30 graus, suíço reclamando que está quente demais, assim não dá. Mais duas semanas de chuva, com temperaturas novamente na casa dos 14 graus. Uma semana de sol, 25 graus, todo mundo sentado ao sol, para aproveitar esse raro momento. E aí lá vem os 12 graus de novo. E assim vai, até o próximo inverno.

Outono na Suíça

Fim de setembro, começo de outono na Suíça. Apesar de triste, porque sei que o inverno está para chegar, admiro muito os dias nessa época do ano. Geralmente são mais ensolarados, a temperatura é bem agradável e as plantas ganham aquele colorido dourado. Em breve o horário de verão vai acabar, e os dias ficarão mais curtos. Ponto negativo. Mas para quem tem família no Brasil, ponto positivo: porque eles iniciam o horário de verão e a diferença de fuso horário cai de cinco para três horas. Posso telefonar para minha mãe quando ainda é de manhã por aqui.

Outono também é época de Herbstmenu (menu dessa estação), que eu particularmente acho o melhor de todas as estações. Isso significa comer cogumelos frescos (deliciosos), sopa de abóbora (tão farta é a oferta de abóbora nessa época), uvas, risoto, hummm, tudo muito gostoso! Delícia quando fazem molho de uva na comida. Tudo combinado com um ótimo vinho tinto.



É tanta abóbora que as pessoas até decoram a entrada das casas com as mais diferentes formas do legume.
Eu nunca tinha visto tantos formatos de abóboras no Brasil.

Para quem gosta, também é tempo de pensar novamente no fondue. Eu, pessoalmente, acho fondue uma comida muito sem imaginação, seja ele de queijo ou de carne. Ah, outono também é época de Wanderung (turismo de caminhada, um jeito muito suíço de fazer turismo) na região chamada SüdTirol, uma parte da Itália onde se fala um dialeto germânico. Todo suíço que se preze tira uma semaninha nessa época e vai caminhar nas montanhas da região. É uma imaginação, são sempre os mesmos hotéis...

Bem, tirando esse detalhe, o fato é que o outono (mas somente até outubro) é realmente uma ótima época para viajar na Europa. Os preços já caíram, já não faz mais tanto calor em algums regiões (não é o caso da Suíça, porque aqui não faz calor nunca) mas o frio ainda permite que se sente fora dos restaurantes para ver o movimento das pessoas nas ruas. E você, que vem do maravilhoso calor do Brasil, pode experimentar vestir alguns casacos que jamais usaria nos trópicos. Um charme, não?

E por falar em imaginação ou a falta dela, acho interessante citar o blog da minha colega de trabalho italiana, a Francesca, que faz uma observação bem interessante: acabou o verão, agora os dois (e quase onipresentes) supermercados da Suíça (Migros e Coop) começam a trocar seus outdoors para mensagens do tipo: Tempo de cogumelos, ou Tempo de Uvas da Região. No verão, sem exceção, os outdoors vão estampar: Agora é tempo de grill. Entra ano, sai ano, é sempre a mesma coisa.


Dicas gastronômicas:
 - Marroni (uma espécie de amêndoa, muito encontrada na Suíça italiana)
- Abóbora
- Carnes de caça (chamadas Wildfleisch), acompanhadas de geléia de frutas vermelhas
- uvas
- Repolho roxo feito com vinho tinto

Rio de Janeiro é a cidade mais feliz do mundo, segundo ranking da 'Forbes'

Aproveitando que estou de molho em casa, em virtude de uma virose, aproveitei para atualizar meu blog. E nada melhor que falar bem da minha cidade maravilhosa. E acabei descobrindo que o Rio está muito bem cotado:



Foto: Reprodução
Reprodução
Lista publicada no site da revista Forbes coloca o Rio de Janeiro em primeiro lugar numa lista de cidades mais felizes do mundo (Foto: Reprodução)
O Rio de Janeiro lidera a lista das dez cidades consideradas as mais felizes do mundo, segundo uma relação divulgada pela revista econômica "Forbes".

"Desde que Fred Astaire e Ginger Rogers apareceram no filme 'Voando para o Rio', em 1933, o mundo ficou fascinado com o Rio de Janeiro. O ideário popular da cidade é repleto de imagens de jovens dançando pela noite, tendo ao fundo as montanhas e o mar", afirma a revista em seu site, sem esquecer de citar o carnaval carioca.

A relação das cidades mais felizes do mundo, divulgada na quarta-feira (2) pela "Forbes", foi elaborada em função dos dados de uma recente pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa de mercado GfK Custom Research North America e pelo consultor Simon Anholt, que reuniu as respostas de dez mil pessoas em mais de 20 países.

"O Brasil é associado a bom humor, a um bom estilo de vida e ao carnaval", diz Anholt. "O carnaval é muito importante - é a imagem clássica que as pessoas têm do Rio, e é uma imagem de felicidade", afirma.

O segundo lugar da lista é de Sydney, na Austrália, país da quinta colocada, Melbourne. A terceira colocada é a cidade espanhola de Barcelona, seguida pela capital holandesa, Amsterdã.

Madri, São Francisco (Estados Unidos), Roma, Paris e Buenos Aires completam a lista das cidades mais felizes do planeta para a "Forbes".

Para Anholt, a pesquisa reflete em grande medida a antiga reputação das cidades do Mediterrâneo e da América Latina como lugares festivos.

"É uma pesquisa de percepção, não da realidade", disse o consultor à revista americana.

Veja abaixo o ranking da Forbes:

1º - Rio de Janeiro (Brasil)

2º - Sydney (Austrália)

3º - Barcelona (Espanha)

4º - Amsterdã (Holanda)

5º - Melbourne (Austrália)

6º - Madri (Espanha)

7º - São Francisco (EUA)

8º - Roma (Itália)

9º - Paris (França)

10º - Buenos Aires (Argentina)


Eu e minha filha, sempre muito felizes quando estamos no Rio.



Como não ser feliz com a Lapa ao seu alcance - Show da Mart'nalia na Lapa

Deu no site da Gloria Kalil

Os brasileiros segundo os ingleses


Alô Chics! Na quarta passada (11.08) foi divulgado um pequeno manual feito pela Agência de Turismo do Reino Unido em que havia orientações para os ingleses sobre o modo de receber os turistas que iam chegar para as Olimpíadas em julho de 2012. A idéia era facilitar o contato entre os educados súditos de Elisabeth e os visitantes estrangeiros que vão invadir Londres nesta época.

O manual previne os ingleses sobre a falta de senso de humor dos argentinos e recomenda que jamais se fale com eles sobre política, religião ou sobre os brasileiros a quem eles consideram rivais em tudo.

Continuando o estudo “antropológico” o guia explica que não se menciona a palavra imigrante e pobreza perto de um mexicano, que não se deve estranhar o comportamento rude dos indianos e que o contato com os árabes deve prever rápidas e bruscas mudanças de humor por parte destes.

Quanto aos brasileiros, o capítulo é maior e com observações, no mínimo, curiosas. Diz o tal manual que os ingleses não devem se confundir com o modo com que as nossas compatriotas se vestem. Embora usem roupas sempre mais justas, curtas, e provocantes que a maior parte das pessoas, não significa que sejam levianas. Elas são alegres, espontâneas e costumam cumprimentar com beijos, mas estas demonstrações não tem nenhuma  “conotação sexual”. É apenas um jeito informal e alegre de ser! Diz ainda que os brasileiros são espaçosos, chegam sempre atrasados, alem de terem o hábito de interromper quando outra pessoas está falando.
Que tal?

Reconhecemos o retrato ou não? Recebi vários telefonemas de jornalistas e de internautas pedindo, em tom quase sempre ofendido, que eu comentasse o caso. Vamos ser honestos: não há muito o que comentar. Achei muito bem observado e só teria a acrescentar uma coisa: brasileiro detesta ser criticado por estrangeiro!



 

 

Que me perdoem as suíças, mas beleza é fundamental

Um pouco de purpurina, por favor

Voltando ao assunto vestuário, acredito que deva ser  quase incompreensível para uma brasileira entender o porquê de uma mulher não dar importância a sua aparência ou simplesmente ignorar o bem que faz comprar uma roupinha mais sensual, uma maquiagenzinha básica e um saltinho de vez em em quando. Ok, vamos dar a mão a palmatória : A brasileira tem exagerado nos cuidados com a aparência f’isica. É botox demais, é cirurgia em excesso, muito tempo perdido com isso. Mas a cultura germânica parece menosprezar o que era para ser simplesmente uma forma de convivência mais harmoniosa na sociedade. Afinal, o belo será sempre admirado.

Suíças e alemãs, se os homens quisessem mulheres machos, eles se casariam com homens. Por favor, abaixo o uso do coletinho com vários bolsos. Sandália com meia também não dá. Cabelo Joãozinho sem um brinco ou algo que mostre que a pessoa é mulher pode confundir. Vamos lá, um pouco de auto estima não faz mal a ninguém.


Há cinco anos por aqui, aprendi a identificar mulheres brasileiros pelo sapato e pelo andar. 

Trabalhar? Que coisa mais cafona

MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO


Eu já sabia que o tema mulheres que trabalham fora não era bem visto na Suíça. Sempre que eu menciono que trabalho 34 horas para uma jornada de 40 horas semanais, com um bebê de cinco meses e uma filha de quatro anos, vivencio caras tortas, ou comentários do tipo « isso é tempo demais » -  reações ainda das mais sutis. Já ouvi mulheres mais exaltadas que me disseram que seus  filhos jamais serão criados por estranhos. Ou simplesmente homens que me disseram que na família deles, as mulheres permanecem em casa. « Assim é que deve ser. E os chefes saem para ganhar o pão de cada dia ».

Se essas mulheres estão felizes assim, ótimo. Agora quem determina o que é bom para si mesmo deve ser a própria pessoa, e não o « chefe » da família. Sem querer fazer qualquer discusso feminista, até porque essa moda já passou há mais de 30 anos. Mas em que anos estamos mesmo ? E agora os machões de plantão acharam um aliado: o SVP (partido de extrema direita da Suíça). Em entrevista ao Blick, o presdiente do partido, Ueli Maurer, diz que estão atentos às mães que trabalham fora  e que elas deveriam tomar conta de seus filhos. Na sua opinião, a pouca presença das mães em casa é a razão do aumento de crianças com comportamentos não adequados.

As estatísticas mostram que 71% das mulheres estão empregados na Suíça, número considerado alto para a Europa. No entanto, muitas não trabalham em tempo integral. Quando se caminha à tarde por Zurique, num dia comum de semana, a impressão que se tem é a de que todas as mulheres da Suíça estão tomando café com as amigas ou gastando os salários dos maridos nas lojas da Bahnhofstrasse. Deve ser o alto poder aquisitivo que me faz ter essa impressão. Dê uma voltinha num shopping no Rio para ver se as lojas estão tão cheias como por aqui.

Mas o mostrador clássico da dona de casa é a vestimenta. Se não for latina ou dos Balcãs, que gostam de trajar roupas mais femininas, a maioria é praticamente homem.  A vestimenta básica é calça jeans, tenis, camisa polo, casaco largão, que não mostra o formato do corpo. Não há vestígios de batom - no máximo um Labello para proteger os lábios do clima seco - nem brinco, nem bolsa, só uma mochila básica que é para carregar sua garrafinha de água. Minha irmã, que é perua pra caramba, se espantou ao desembarcar em Zurique pela primeira vez. « Nunca vi tanta mulher com cara de homem na minha vida ». Deve ser por isso que os suíços preferem as estrangeiras… Mas isso é assunto para um outro post.

Estou devendo uma foto.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lugares Autorizados para Consumo de Drogas Pesadas

O jornalista Willian Waack, em uma matéria sobre o assunto, relata que em uma rua de Zurique, bem perto do Centro, é visitada quatro vezes por dia por uma gente esquisita e mal vestida. O local é uma casa discreta, sem placa na porta. Lá dentro, essas pessoas recebem do computador sua ração diária de heroína. A máquina sabe e controla tudo: dados pessoais, a melhor dose, os hábitos de consumo e as passagens pela polícia da clientela. São todas mulheres, algumas acompanhadas por namorados, maridos ou até filhos. Olhos assustados, a maioria apática, elas formam uma pequena fila diante da tela do computador. A máquina não permite dose maior do que a recomendada pelo médico. Quem faltar num dia receberá no seguinte dose bem menor: o computador entende que se não veio foi porque não precisou da heroína.


A tese ganhou o apoio indireto de um seleto grupo de 93 empresários suíços — entre eles, presidentes de bancos, seguradoras e os donos dos principais jornais —, que subscreveram um apelo pedindo o fim da política repressiva em relação às drogas. O exemplo fez escola. Cidades como Frankfurt, Hamburgo e Vancouver começaram a distribuir agulhas para seringas e desinfetantes aos junkies, que dispõem ainda de lugares limpos e protegidos onde podem aplicar sob supervisão médica a droga obtida dos traficantes nas ruas. A polícia permanece a distância.

E todos afirmam que desde que adotaram essa postura, os arrombamentos de carros e roubos de lojas diminuíram bastante, além de doenças relacionadas ao consumo de drogas injetáveis.

Por aqui, esse tipo de sala foi instalada em cidades como Basel, Bern e Zurique.

Se quiser saber mais sobre o resultado da medida

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Cineasta Suíço lança filme com Nana Caymmi

Deu no site Swissinfo: Cineata Suíço lança filme com Nana Caymmi

Depois de "Música é Perfume", o cineasta franco-suíço, Georges Gachot, lança "Rio Sonata", com Nana Caymmi. O filme, que levou seis anos para ser produzido, acaba de entrar no circuito comercial em Zurique, Berna e Basileia e vai participar de festivais no Brasil, Argentina e Canadá. O filme foi todo rodado no Rio. Chique, hein?
Detalhe: o cineasta já produziu filme sobre chorinho e sobre Maria Betania.


Banana não é saudável

O filhinho de cinco anos da minha amiga brasileira começou a frequentar o jardim de infância em agosto. Algumas semanas antes, essa amiga foi a uma reunião de pais com a professora. Um dos assuntos era: o que colocar na merendeira. Para encurtar a história, vamos ao que não pode: suco de frutas, banana, pão de farinha branca. Eu até entendo que o ideal é comer pão integral. Agora, quem tem filho sabe. Vai colocar na cabecinha deles que é super saudável comer pepino cru, cenoura crua, pão preto etc e tal.

E, cá pra nós, desde quando banana não é saudável? Essa professora é maluca ou adepta de alguma irmandade protetora dos pés de banana?

Bem, ela alega que estraga os dentes. Gente, qualquer coisa que você coma, sem escovar os dentes depois, irá, mais cedo ou mais tarde, causar cáries. Se for por isso, então escove os dentes das crianças. Mas isso nem entra em questão.

A última dessa professora foi pedir à minha amiga que não deixe o filho ir para a escola de patinete ou de bicicleta - note que ele está sempre acompanhado de um adulto (algo que ela também não aprova).
A razão para não ir de patinete: ele pode não prestar atenção no caminho. :(

Em nome de Jesus...

O que seria colorido?

Encomendei um bolo colorido a uma padaria suíça para o aniversário da minha filha no último domingo (dia 19.09). Falei para o padeiro, mestre na arte de fazer bolos: quero bem colorido, com muitas cores, porque é um aniversário de criança. Aliás, o tema do bolo era Sininho (Tinkerbell), então não poderia mesmo ser para um adulto.

Adivinha qual a cor do bolo que ele fez para mim? Bege. També fiquei bege quando vi, mas decidi nem comentar. A vendedora da padaria estava com um brilho no olhar, dizendo que tinha ficado lindo, maravilhoso! Fiquei com peninha dela e concordei. O que mais eu poderia dizer? Explicar que colorido significa vermelho, rosa, amarelho, basicamente cores tropicais? Seria too much.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O som do silêncio


Todo lugar tem o seu som característico. A Suíça tem basicamente três: o do silêncio, que dói a alma; o do sino pendurado no pescoço das vacas, presente na maioria das cidades menores; e o do sino das igrejas. Na minha cidadezinha, por exemplo, este ultimo toca a cada 15 minutos, sem pausa até mesmo durante a madrugada. E no país dos relógios, cada igrejinha que se preze tem seu majestoso relógio.

Detalhe: por aqui, cachorro não late. Minha mãe, que veio à Suíça me visitar pela primeira vez em 2005, achou muito estranho não ouvir um latido sequer. E existem muitos totós por aqui. Não sei o que é, mas até hoje não descobri como se faz para manter um cachorrinho tão comportado.

A verdade mesmo é que o suíço ODEIA barulho, seja ele qual for. Gente rindo, criança brincando, gente falando ou música tocando. Vai dar festa na sua casa? Se prepare para baixar o tom. Se um dos convidados se empolgar e falar um pouquinho mais alto após às 22 horas, não se assute se apolícia aparecer.

Mas não é um contracenso? Se a igreja pode, por que eu nao posso? Nada contra a igreja, que fique bem claro.

Eu não quero uma Suíça com níveis insuportáveis de decibéis como Copacabana, que aliás, é um absurdo. Mas vamos combinar que um pouquinho de sons humanos significa que há vida. E onde há vida, há esperança.


Como tem estrangeiro nesse lugar!

Gente, vocês tê noção de que cerca de 25% da população helvética é estrangeira? O país tem 7 milhões de habitantes, sendo que suíço mesmo somente 5 milhões. Como diria uma amiga (nã revelo o nome nem sob tortura): "Graças a Deus! Assim o mundo se livra de tanto mau humor!"

E a tendência é diminuir. Ó que tem de suíço casado com estrangeira! Daqui a 50 anos, não vai sobrar família 100% sangue helvético.

Eu não sabia que a Suíça era uma grande roça

Não foi preciso muito tempo para descobrir que a Suíça é basicamente uma grande roça. Rica, limpa e internacional, mas ainda assim interiorana. Tirando Zurique, Basiléia e Berna, o que sobra são fazendas, plantações e muito, muito verde. E no meio de tudo isso, muita infra estrutura de onibus, trens e fábricas bem sucedidas, que geram uma das maiores rendas da Europa.

 Se você gosta da vida no campo, aqui é o país ideal. Mas se você é do tipo que gosta de uma cidade grande, muito agito e badalação, desista: aqui a vida passa numa velocidade inferior.

Dando a mão a palmatória: a roça não foi esquecida pelo Governo, aqui se investe de verdade na integração entre meios de transporte. Os ônibus são pontuais, e interligados com outros meios de transporte, pode-se até se dar ao luxo de viver sem carro por aqui.

Mas ....
Onde tem muita fazenda tem muito fazendeiro... Os locais  "da terra", literalmente falando, não são muito abertos aos estrangeiros. Não estou dizendo que eles irão atear fogo no seu cabelo encaracolado, mas também não espere muito sorriso por parte deles. Claro que essa regra não obedece a 100% dos casos, mas essa ala mais tradicionalista é mais fechada a novidades.
Mas isso é papo para um outro post.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chegando nas bandas de cá

Desembarquei em Zurique no dia 21 de janeiro de 2005, após chorar rios de lágrimas no aeroporto Tom Jobim.
Fazia 5 graus, o que nem é considerado muito frio para os padrões locais. A cor predominante era o cinza, em todas as suas nuances. Eu nem sabia que essa era a cor que eu mais veria nos próximos muitos dias da minha vida.

O dia 21 ficou marcado como um grande marco para mim. Desde então, venho descobrindo, a cada dia, um mundo ainda novo, uma diferente maneira de encarar os mais simples hábitos cotidianos, que vão desde a importância de se tomar banho diariamente ao dado valor do trabalho. A conclusão: difícil de julgar. Mas uma coisa é certa, nós brasileiros não somos melhores nem piores que os irmãos do Primeiro Mundo. Somos somente muito diferentes.

(Primeira foto feita por mim na Suíça - jan. 2005)
E para quem saiu de uma cidade tropical, com cerca de 7 milhões de habitantes, pulsando energia e banhada pelo sol, viver aqui é um enorme desafio. Mais que isso, uma aventura antropológica, um exercício diário para tentar aceitar as diferenças.